Precisa operar o ceratocone? Saiba quando o anel de Ferrara é indicado

O ceratocone é uma condição ocular que pode evoluir de forma silenciosa, afetando diretamente a qualidade da visão e a vida cotidiana do paciente.

Em estágios iniciais, pode ser controlado com óculos ou lentes de contato, mas em certos casos, a cirurgia torna-se a melhor alternativa. Entre as opções disponíveis, o implante do anel de Ferrara tem sido muito utilizado por ser uma técnica segura e eficaz.

Neste artigo, você vai entender melhor o que é o ceratocone, descobrir quando o anel de Ferrara é indicado, como funciona o procedimento e quem pode se beneficiar dessa abordagem.

O que é ceratocone e como ele afeta a visão

O ceratocone é uma doença que afeta a córnea, a parte transparente do olho responsável por focar a luz que entra no globo ocular. 

Normalmente, a córnea possui um formato arredondado e simétrico. No entanto, quem tem ceratocone sofre uma deformação progressiva da curvatura corneana, que se afina e assume o formato de um cone (daí o nome da doença: cerato = córnea; cone = formato).

Esse afinamento irregular prejudica a maneira como a luz entra no olho e atinge a retina, causando distorções visuais. Assim, a visão passa a ficar embaçada, duplicada ou distorcida, o que dificulta atividades simples do dia a dia, como ler, dirigir à noite ou assistir televisão.

A condição costuma aparecer na adolescência e evoluir lentamente ao longo dos anos. Em alguns casos, estabiliza-se com o tempo, mas em outros continua a piorar, exigindo acompanhamento frequente com o oftalmologista.

Nesses estágios mais avançados, o uso de óculos ou lentes de contato rígidas são insuficientes para corrigir o problema, e a cirurgia passa a ser uma opção considerada.

Sintomas que indicam a progressão do ceratocone

Nos estágios iniciais, o ceratocone pode passar despercebido ou ser confundido com um simples problema refrativo, como miopia ou astigmatismo.

Porém, com o avanço da doença, surgem alguns sinais que indicam o agravamento da condição, como:

  • Visão embaçada ou distorcida, mesmo com o uso de óculos;
  • Aumento progressivo da miopia e/ou do astigmatismo;
  • Sensibilidade à luz (fotofobia), principalmente à noite;
  • Visão duplicada ou com “halos” ao redor das luzes;
  • Necessidade frequente de trocar o grau dos óculos ou lentes;
  • Dores de cabeça ou cansaço visual ao final do dia.

Se você ou alguém próximo apresenta esses sintomas, é essencial procurar um oftalmologista. Quanto mais cedo o ceratocone for identificado, maiores são as chances de controlar sua progressão.

Saiba mais sobre as causas, sintomas e diagnóstico do ceratocone aqui!

Quando a cirurgia passa a ser uma opção?

Nem todo caso de ceratocone precisa de cirurgia. Em estágios leves e moderados, o uso de óculos ou lentes rígidas pode ser suficiente para corrigir a visão. 

No entanto, quando esses métodos não proporcionam mais uma boa qualidade visual ou a curvatura da córnea se torna muito irregular, a cirurgia passa a ser considerada.

Entre os principais critérios que indicam a necessidade de intervenção cirúrgica estão:

  • Óculos e lentes de contato não corrigem mais adequadamente a visão;
  • Falta de adaptação ao uso de lentes rígidas;
  • Progressão rápida do ceratocone, evidenciada por exames como topografia da córnea;
  • Córnea ainda transparente e sem cicatrizes profundas, o que favorece o sucesso da cirurgia;
  • Espessura mínima da córnea que permita a colocação do implante.

A escolha da técnica cirúrgica depende de vários fatores, como o grau de progressão, presença de cicatrizes, idade do paciente e estado geral da córnea. 

Uma das opções mais indicadas nesses casos é o implante do anel intracorneano, popularmente conhecido como anel de Ferrara, como veremos adiante.

O que é o anel de Ferrara e como ele funciona

O anel de Ferrara é um pequeno implante semicircular feito de material biocompatível (geralmente PMMA, o mesmo das lentes intraoculares) que é inserido dentro da córnea com o objetivo de regularizar sua curvatura.

Ele não corrige a visão diretamente, como óculos ou lentes, mas ajuda a “moldar” a córnea de volta para um formato mais regular, reduzindo as distorções visuais causadas pelo ceratocone.

Para entender melhor, imagine que a córnea danificada é como uma lona frouxa e afundada no centro. O anel de Ferrara age como uma estrutura de sustentação nas “bordas” dessa tenda, ajudando a nivelar a curvatura e diminuir a deformação central.

Como resultado, a luz volta a ser focalizada de forma mais regular na retina, melhorando a qualidade da visão.

O procedimento é minimamente invasivo, feito com laser de femtosegundo e dura cerca de 20 a 30 minutos. Como a anestesia é apenas local (com colírios) e não há necessidade de pontos, o paciente costuma retornar para casa no mesmo dia.

Quem pode (e quem não pode) fazer a cirurgia

Ainda que o anel de Ferrara seja uma excelente opção para muitos pacientes com ceratocone, ele não é indicado para todos os casos. Veja quem pode se beneficiar da cirurgia e em quais situações ela não é recomendada:

Pacientes com córnea transparente

Esse é o perfil ideal para a cirurgia. Quando a córnea ainda está relativamente clara e sem cicatrizes, o anel de Ferrara tende a funcionar muito bem, melhorando a curvatura e a visão. Nesses casos, a cirurgia pode evitar a progressão do ceratocone e melhorar as distorções visuais do paciente.

Casos avançados

Em casos muito avançados, quando a córnea está muito fina ou a irregularidade é extrema, o anel pode não ser suficiente para corrigir a curvatura e o transplante passa a ser considerado. No entanto, há situações em que a cirurgia é utilizada como ponte para adiar o transplante, melhorando temporariamente a visão e estabilizando a doença.

Presença de cicatrizes

Pacientes com opacidades ou cicatrizes corneanas extensas não são bons candidatos, pois o implante não trará melhora visual. Nesses casos, a cirurgia com anel pode até agravar os sintomas ou causar desconforto. Assim, o transplante é considerado a melhor alternativa.

Pacientes com córnea muito fina ou outros fatores

Existe uma espessura mínima da córnea para a inserção segura do anel. Quando está muito fina, o procedimento pode oferecer risco de perfuração, e por isso não é indicado. No mesmo sentido, pacientes com outras doenças oculares, infecções ativas, problemas na superfície ocular ou em estruturas internas do olho também necessitam de uma avaliação personalizada.

Como é a recuperação após a implantação do anel

O pós-operatório da cirurgia de implante do anel de Ferrara costuma ser tranquilo, mas exige alguns cuidados importantes para garantir a boa cicatrização e o sucesso do tratamento.

Em geral, recomenda-se afastamento de 5 a 7 dias das atividades habituais, especialmente em ambientes com muita poeira ou exposição ao sol.

Atividades mais exigentes, como dirigir ou trabalhar com telas, podem ser retomadas conforme a visão melhora, geralmente em 7 a 10 dias. Já esportes de contato ou piscina devem ser evitados por pelo menos um mês.

Também é normal sentir uma leve ardência, sensação de areia nos olhos ou visão embaçada nos primeiros dias. Esses sintomas tendem a desaparecer conforme a cicatrização avança.

Para isso, o oftalmologista pode prescrever colírios antibióticos e anti-inflamatórios, além de recomendar o uso de óculos escuros para maior conforto. 

É importante evitar coçar os olhos, pois essa ação pode prejudicar a fixação do anel e comprometer os resultados da cirurgia.

O acompanhamento pós-operatório também é fundamental. O paciente deve retornar ao consultório nas semanas seguintes à cirurgia para monitorar a cicatrização, a posição do anel e a qualidade visual. Em alguns casos, ajustes podem ser feitos posteriormente.

É importante ressaltar que a melhora da visão pode ser percebida gradualmente, conforme a córnea se adapta ao novo formato. Alguns pacientes ainda precisam de óculos ou lentes de contato após a cirurgia, mas geralmente com grau menor e mais estável.

Se você suspeita de ceratocone ou já tem diagnóstico confirmado, não ignore os sintomas e procure um oftalmologista. 

Quanto mais cedo o problema for detectado e o tratamento iniciado, maiores são as chances de preservar a saúde dos olhos e manter uma boa visão ao longo da vida.

Nesse sentido, considere o Mondevi como sua melhor opção de cuidados oculares. 

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