Por que o grau de astigmatismo pode aumentar

O astigmatismo é um problema ocular muito comum que ocorre quando há uma irregularidade na curvatura da córnea ou do cristalino, fazendo com que a luz não seja focada de maneira uniforme na retina. O resultado é uma visão distorcida, tanto de perto quanto de longe. 

Apesar de muitos acreditarem que o astigmatismo é um problema estável, em alguns casos ele pode aumentar ao longo do tempo, especialmente devido a fatores genéticos, hábitos visuais inadequados ou alterações naturais dos olhos. 

Neste artigo, você vai entender o que é o astigmatismo, por que seu grau pode aumentar e quais são os cuidados que ajudam a controlar sua progressão.

O que é astigmatismo e como evolui

O astigmatismo é um erro refrativo, ou seja, uma alteração na forma como os olhos focam a luz. Em um olho normal, a córnea (parte transparente e curva na frente do olho) e o cristalino (lente interna) têm curvaturas regulares e simétricas, o que permite que a luz seja focalizada de maneira uniforme na retina. 

Já no olho com astigmatismo, há uma curvatura irregular na córnea, que passa a ter uma forma mais ovalada e parecida com uma bola de rúgbi. Com isso, os raios de luz se dispersam em diferentes direções, gerando imagens borradas, duplicadas ou distorcidas tanto de perto quanto de longe. 

Geralmente, o astigmatismo está presente desde o nascimento e pode ter origem hereditária. Porém, pequenas irregularidades também podem surgir naturalmente e se acentuar com o tempo.

Além disso, a doença pode ser causada por traumas, lesões ou mesmo procedimentos como a cirurgia de catarata que podem, ocasionalmente, alterar a curvatura da córnea.

Na maioria dos casos, o astigmatismo é estável. No entanto, ele pode aumentar devido a mudanças estruturais no olho, como alterações na espessura ou forma da córnea, doenças progressivas como o ceratocone, envelhecimento do cristalino, hábitos visuais inadequados e exposição prolongada a telas.

Também é importante destacar que o problema não “desaparece” com o tempo, mas pode mudar de intensidade, exigindo ajustes no grau dos óculos ou lentes de contato.

Alterações naturais da visão com o tempo

O processo natural de envelhecimento ocular é uma das principais razões pelas quais o grau de astigmatismo pode aumentar ou mudar ao longo dos anos. 

Diversas estruturas do olho passam por transformações fisiológicas que afetam a forma como a luz é focalizada na retina. Entre as principais alterações que influenciam o astigmatismo, estão:

  • Enrijecimento da córnea: Com o envelhecimento, a córnea tende a perder parte de sua elasticidade natural, o que pode alterar sua curvatura e modificar o grau de astigmatismo.
  • Alterações no cristalino: O cristalino, responsável pelo foco das imagens, tende a endurecer e perder flexibilidade, o que pode gerar astigmatismo “interno”, diferente do causado pela córnea.
  • Presbiopia e adaptação visual: Após os 40 anos, é comum o surgimento da presbiopia (vista cansada), que pode afetar o modo como o olho se adapta ao foco, interferindo também na percepção do astigmatismo.
  • Redução da produção lacrimal: O olho seco, comum em pessoas mais velhas, pode afetar a regularidade da superfície ocular, interferindo na qualidade da visão.
  • Mudanças na pressão ocular: Variações de pressão intraocular também podem influenciar a curvatura da córnea e alterar o grau refrativo.

Fatores genéticos e hereditários

A genética tem um papel fundamental no desenvolvimento e na evolução do astigmatismo. 

Muitos casos surgem já na infância e acompanham o indivíduo ao longo da vida, especialmente quando há histórico familiar de problemas de refração, pois a forma e a estrutura da córnea (características determinadas geneticamente) influenciam diretamente no tipo e na intensidade da condição.

Além disso, algumas doenças oculares hereditárias estão associadas à progressão do astigmatismo, como o ceratocone,  uma condição em que a córnea se torna progressivamente mais fina e em formato de cone, levando ao aumento rápido e irregular do grau.

Já em crianças e adolescentes, o astigmatismo pode mudar conforme o crescimento do olho, uma vez que a curvatura da córnea pode continuar se alterando até a fase adulta. 

Por isso, exames oftalmológicos periódicos são essenciais para ajustar os óculos conforme necessário e evitar prejuízos na aprendizagem e no desenvolvimento visual.

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Hábitos que podem acelerar o aumento do grau

O estilo de vida moderno, com longas horas diante de telas e pouca atenção à saúde visual, pode contribuir para a piora do astigmatismo. 

Certos hábitos, quando repetidos ao longo do tempo, aumentam o risco de fadiga ocular e de pequenas deformações na córnea, agravando o erro de refração.

Veja alguns hábitos prejudiciais que podem acelerar o aumento do grau:

  1. Esforço visual prolongado: Ficar longos períodos em frente a telas de computadores, celulares e tablets sem pausas adequadas força a musculatura ocular e pode provocar sintomas como dor nos olhos e visão turva.
  2. Iluminação inadequada: Ambientes escuros ou com luz excessiva (como a de telas brilhantes à noite) prejudicam o foco e exigem mais esforço visual.
  3. Coçar os olhos com frequência: Esse hábito pode deformar temporariamente a córnea e, com o tempo, contribuir para alterações permanentes, especialmente em pessoas predispostas ao ceratocone.
  4. Uso incorreto de óculos ou lentes de contato: Lentes com grau desatualizado, má adaptação ou higiene inadequada podem causar irritação e favorecer mudanças na curvatura corneana.
  5. Descuido com hidratação e lubrificação ocular: A síndrome do olho seco pode agravar a sensação de visão turva e dificultar o foco, confundindo a percepção do grau real.

Sinais de que o astigmatismo está evoluindo

Nem sempre é fácil perceber quando o astigmatismo está aumentando. Muitas vezes, os sintomas aparecem de forma gradual e podem ser confundidos com cansaço ou estresse visual. 

No entanto, alguns sinais indicam que é hora de procurar o oftalmologista para reavaliar o grau.

Um dos principais sintomas é a visão embaçada, onde as imagens parecem borradas ou duplicadas, tanto de perto quanto de longe, assim como as dores de cabeça frequentes causadas pelo esforço visual constante para tentar focar melhor.

Há também mais dificuldade para enxergar à noite, quando as luzes podem parecer com “halos” ou reflexos espalhados, e maior sensibilidade à luz (fotofobia).

Além disso, a pessoa passa a sentir uma sensação de peso nos olhos, ardência, necessidade de apertar as pálpebras para enxergar melhor e dificuldade de leitura prolongada, pois as letras parecem se mover ou se sobrepor, o que torna a leitura cansativa.

Vale a pena destacar que, caso esses sintomas surjam ou se intensifiquem, é essencial realizar uma avaliação oftalmológica para determinar se o grau realmente aumentou ou se há outras condições associadas, como ceratocone ou astigmatismo irregular.

A importância de acompanhamento profissional

O acompanhamento oftalmológico regular é a forma mais eficaz de monitorar o grau de astigmatismo e prevenir complicações. 

Mesmo quando o problema parece estável, revisões periódicas permitem detectar pequenas mudanças que podem passar despercebidas.

Com as consultas frequentes, o oftalmologista pode atualizar o grau refrativo quando necessário, detectar doenças oculares de forma precoce, ajustar o tipo de correção e prevenir a fadiga visual.

Para isso, geralmente são utilizados exames como refração completa (que mede o grau de miopia, hipermetropia e astigmatismo), topografia corneana (para avaliar o formato e a curvatura da córnea), ceratoscopia e paquimetria (para medir a espessura e a regularidade da córnea), além da
biomicroscopia e mapeamento de superfície (para identificar anomalias que afetam o foco da luz).

Lembre-se que o aumento do grau de astigmatismo pode ser influenciado por diversos fatores, desde a genética até hábitos do dia a dia. E ainda que nem todos os casos apresentem progressão, é essencial estar atento às mudanças na visão e adotar cuidados preventivos.

Por isso, adotar boas práticas de higiene ocular, correção visual adequada e consultas regulares com o oftalmologista fazem toda a diferença na estabilidade do quadro e na qualidade de vida.

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