Durante a gestação, o corpo da mulher passa por inúmeras transformações físicas, emocionais e hormonais para acomodar o crescimento do bebê.
A visão também pode ser afetada, e ainda que muitas dessas mudanças sejam temporárias e inofensivas, outras podem sinalizar complicações que exigem atenção médica imediata.
Neste artigo, você vai entender melhor o que esperar da saúde ocular durante a gravidez, quais alterações na visão são consideradas normais e quais merecem avaliação de um oftalmologista.
Acompanhe!
Mudanças visuais mais comuns durante a gestação
O período da gravidez costuma provocar uma série de adaptações no organismo da mulher, e o sistema visual não fica de fora de todas essas mudanças.
As alterações são, em grande parte, consequência de flutuações hormonais, aumento da retenção de líquidos e variações na pressão intraocular.
Durante a gestação, há um aumento significativo nos níveis de estrogênio e progesterona, hormônios que podem afetar a espessura e a curvatura da córnea.
Dessa forma, pode ocorrer uma alteração temporária do grau de refração dos olhos, o que provoca visão levemente embaçada, mesmo em mulheres que nunca precisaram de óculos ou lentes.
A retenção de líquidos é outro fator comum na gravidez e pode afetar diversas partes do corpo, inclusive os olhos, já que o acúmulo de fluidos pode alterar a forma da córnea e provocar inchaço nas pálpebras, interferindo na visão.
Na gravidez, também é comum que a pressão intraocular diminua, especialmente no segundo e terceiro trimestres e, mesmo que isso não traga sintomas perceptíveis, pode impactar exames oftalmológicos ou condições pré-existentes como o glaucoma.
Em geral, essas mudanças não causam problemas permanentes, mas é importante saber diferenciar o que é normal do que pode indicar uma condição mais grave.
Visão embaçada, olhos secos e sensibilidade à luz: sintomas esperados
Durante a gravidez, algumas queixas visuais são consideradas frequentes e fazem parte do conjunto de mudanças fisiológicas naturais do organismo da gestante. Entre os sintomas mais relatados pelas gestantes estão:
Visão embaçada
A visão embaçada é uma das alterações visuais mais comuns na gravidez, e pode ocorrer devido ao espessamento da córnea causado por retenção de líquidos ou mudanças hormonais.
Ainda que seja desconfortável, essa condição costuma desaparecer após o parto. Porém, se o embaçamento for súbito ou se intensificar, vale buscar avaliação médica.
Olhos secos
A sensação de ressecamento ocular também é comum durante a gestação, pois pode haver redução na produção de lágrimas que leva a uma sensação de areia nos olhos, ardência ou coceira.
Esse sintoma tende a se manifestar com mais intensidade em quem já usava lentes de contato antes da gravidez.
Sensibilidade à luz
Algumas gestantes relatam aumento da sensibilidade à luz, especialmente em ambientes muito iluminados ou ao dirigir à noite.
Esse sintoma costuma estar relacionado a alterações hormonais que afetam o funcionamento da retina ou da córnea. É geralmente passageiro, mas se vier acompanhado de dor ou manchas na visão, deve ser investigado.
Quando alterações visuais podem sinalizar algo mais sério
Ainda que muitas mudanças visuais durante a gravidez sejam normais e temporárias, existem sintomas que exigem avaliação médica imediata, pois podem indicar problemas sistêmicos ou complicações gestacionais.
Fique atenta aos seguintes sinais de alerta:
- Visão duplicada (diplopia);
- Manchas escuras ou pontos brilhantes no campo visual;
- Perda súbita da acuidade visual;
- Dor ocular intensa ou sensação de pressão nos olhos;
- Inchaço acentuado nas pálpebras acompanhado de alterações visuais;
- Fotofobia extrema acompanhada de dor de cabeça ou náuseas.
A presença de qualquer um desses sintomas deve ser comunicada ao obstetra e ao oftalmologista o quanto antes, especialmente se surgir de forma súbita ou intensa.
Relação entre pré-eclâmpsia e visão: o que observar
A pré-eclâmpsia é uma complicação grave que pode surgir durante a gestação, caracterizada por pressão arterial elevada e presença de proteína na urina.
Essa condição pode afetar diretamente a visão da gestante e, se não tratada, colocar em risco a vida da mãe e do bebê.
Entre os principais sintomas visuais que podem indicar pré-eclâmpsia, estão: visão borrada ou turva, manchas escuras ou clarões na visão,
perda temporária da visão, sensação de “flashes de luz” e diminuição da visão periférica.
Esses sintomas ocorrem devido ao comprometimento do fluxo sanguíneo na retina ou ao aumento súbito da pressão arterial, que pode provocar edema ou até descolamento de retina em casos mais graves.
Por isso, ao menor sinal dessas alterações, é fundamental procurar atendimento médico imediato. A pré-eclâmpsia é uma emergência obstétrica e, quanto antes for diagnosticada, maiores as chances de evitar complicações graves à saúde da mãe e do bebê.
É seguro usar colírios ou fazer exames oftalmológicos durante a gravidez?
Uma dúvida comum entre as gestantes é se exames oftalmológicos ou o uso de colírios são seguros durante a gestação.
De maneira geral, a resposta é sim — com alguns cuidados e adaptações conforme o trimestre.
Exames de vista simples, como avaliação de acuidade visual, tonometria (medição da pressão ocular) e mapeamento de retina, são considerados seguros e podem ser realizados com tranquilidade em todas as fases da gravidez.
Em casos que exijam exames com dilatação da pupila, o médico pode optar por colírios com menor risco fetal, especialmente no primeiro trimestre, que é o mais sensível à formação do bebê.
Na maioria das vezes, o uso de colírios lubrificantes também é seguro, inclusive para alívio do ressecamento ocular.
Já colírios com medicação (como antibióticos, anti-inflamatórios ou para controle do glaucoma) devem ser utilizados apenas com prescrição médica. Em algumas situações, o oftalmologista pode adiar o tratamento até o fim da gravidez, se possível.
Para exames mais complexos, como angiografias ou uso de contraste, recomenda-se cautela e avaliação individualizada, geralmente postergando o exame para o período pós-parto, a menos que haja urgência clínica.
De qualquer forma, é fundamental informar ao oftalmologista que você está grávida antes de qualquer exame ou prescrição.
Atenção redobrada para mulheres com doenças pré-existentes
Gestantes que já convivem com condições de saúde pré-existentes merecem atenção especial quanto à saúde ocular, pois o risco de complicações pode ser maior.
Mulheres com diabetes (tipo 1, tipo 2 ou diabetes gestacional) devem realizar acompanhamento oftalmológico durante a gravidez, devido a maior probabilidade de desenvolver retinopatia diabética, uma condição que, se não monitorada, pode comprometer gravemente a visão.
A hipertensão crônica ou gestacional também é perigosa e pode afetar a retina, o que aumenta o risco de complicações como retinopatia hipertensiva ou edema da papila (inchaço do nervo óptico).
Já futuras mamães que possuem diagnósticos como glaucoma, miopia alta, degeneração macular ou histórico de descolamento de retina devem ser avaliadas com frequência durante a gestação, pois algumas dessas condições podem se agravar no período da gravidez.
É importante que o acompanhamento com o oftalmologista e o obstetra seja feito de forma integrada para garantir uma abordagem segura e eficaz.
Acompanhamento oftalmológico na gestação: quando e por que fazer
Mesmo na ausência de sintomas, é altamente recomendado que a gestante passe por pelo menos uma avaliação oftalmológica durante a gravidez.
Esse acompanhamento tem como objetivos identificar alterações visuais comuns da gestação, diagnosticar precocemente possíveis complicações oculares, ajustar o uso de óculos ou lentes de contato (se necessário), monitorar doenças pré-existentes (como diabetes ou hipertensão) e orientar a gestante sobre o uso seguro de colírios ou medicamentos oftalmológicos.
No Mondevi, contamos com uma equipe especializada e preparada para atender gestantes com atenção e segurança.
Entendemos que cada fase da gestação exige cuidados específicos, e o suporte oftalmológico adequado contribui para a tranquilidade da futura mamãe e a saúde do bebê.
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