O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é celebrado em 21 de setembro e busca promover uma maior conscientização sobre os direitos e as lutas enfrentadas por indivíduos com os mais diversos tipos de deficiência, incluindo as deficiências visuais.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil possui cerca de 7 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência nos olhos, sendo que mais de 500 mil são cegas.
Neste artigo, você vai saber mais sobre o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência e quais são as principais causas de deficiências visuais, além de descobrir como evitar a perda de visão.
Acompanhe!
Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência
O Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência é comemorado anualmente no Brasil em 21 de setembro. Instituída pela Lei nº 11.133/2005, a data tem como objetivo conscientizar sobre os direitos e desafios enfrentados pelas pessoas com deficiências, além de abordar a importância do desenvolvimento de meios de inclusão desses indivíduos na sociedade.
Celebrada desde 1982, a data foi uma iniciativa do Movimento pelos Direitos das Pessoas Deficientes – MDPD, grupo que há mais de 40 anos promove a discussão de propostas que visam transformações sociais em prol dos portadores de deficiência.
Segundo o Ministério da Saúde, a pessoa com deficiência é aquela “que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividades e requer atenção integral que compreenda ações de promoção, prevenção, assistência, reabilitação e manutenção da saúde.”
Ainda de acordo com o órgão federal, as deficiências se enquadram nas seguintes categorias:
- deficiência física;
- deficiência visual;
- deficiência auditiva;
- deficiência mental;
- deficiência múltipla.
O Brasil conta também com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, Lei 13.146/2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, que incorporou os princípios da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, realizada em 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e ratificada pelo país em 2008.
Na lei, são abordados temas com discriminação, atendimento prioritário, direito à reabilitação e acessibilidade, além de prever autorização de saque do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) para aquisição de próteses e órteses.
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Deficiências visuais
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 17,3 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência, sendo que quase 7 milhões apresentam deficiências visuais, o que representa 3,4% da população do país com 2 anos ou mais de idade. Dessas, mais de 500 mil são cegas, enquanto cerca de 6,5 milhões possuem baixa visão ou visão subnormal (grande e permanente dificuldade de enxergar).
No mundo, o número de deficientes visuais também é alarmante. Segundo dados do Relatório Mundial sobre Visão da OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 215 milhões de pessoas no mundo têm deficiência visual moderada a grave e 36 milhões são cegas.
Esses dados reforçam a importância da luta das pessoas com deficiência visual para garantir igualdade de oportunidades, acesso à saúde ocular adequada, educação inclusiva, participação na sociedade e qualidade de vida.
Principais causas de deficiências visuais
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as principais causas de cegueira e deficiências visuais no Brasil são catarata, glaucoma, degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e retinopatia diabética, além de erros de refração não corrigidos, como miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia.
Veja as principais características desses problemas:
Catarata
A catarata é uma doença ocular caracterizada pela perda de transparência do cristalino, lente situada atrás da íris responsável por ajustar o foco dos raios de luz na retina. Com isso, não há passagem de luz adequada e a visão se torna opaca e embaçada.
A doença pode se desenvolver de forma gradual ao longo do tempo e, conforme progride, compromete cada vez mais a visão, aumentando o risco da pessoa perder a capacidade de enxergar por completo. Por isso, é uma das principais causas de cegueira no mundo. Entretanto, a catarata é tratável por meio de cirurgia, onde o cristalino danificado é substituído por uma lente artificial, o que restaura a visão na maioria dos casos.
Glaucoma
O glaucoma é uma doença oftalmológica que pode causar danos permanentes ao nervo óptico – estruturas responsáveis por conectar o cérebro aos olhos – devido ao aumento da pressão intraocular, o que leva a uma perda gradual e irreversível da visão periférica.
Na maioria das vezes, o glaucoma é assintomático, já que em estágios iniciais a visão central permanece intacta. No entanto, se não tratado o glaucoma pode causar cegueira, sendo esta a segunda causa mais comum de perda de visão no mundo.
Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença que ocorre na mácula, área central da retina. É caracterizada pela deterioração progressiva da visão e uma das principais fontes de cegueira em pessoas acima dos 50 anos.
Na DMRI seca, ocorre o depósito de gordura (drusas) sob a retina, que podem evoluir para a atrofia e prejudicar a visão central. Já nos estágios avançados da doença, conhecidos como DMRI úmida, pode haver crescimento anormal de vasos sanguíneos na retina, aumentando o risco de perda irreversível da visão.
Retinopatia diabética
A retinopatia diabética é uma complicação da diabetes relacionada principalmente ao tempo da doença e ao descontrole da glicemia. Ela é causada por danos nos pequenos vasos sanguíneos da retina e é uma das principais causas de perda de visão em pessoas com diabetes.
Sem tratamento adequado, a retinopatia diabética pode causar edema macular (inchaço na mácula), neovascularização (crescimento de novos vasos sanguíneos anormais na retina), descolamento de retina e perda irreversível da visão central.
Erros de refração não corrigidos
Erros de refração são imperfeições ópticas que impedem os raios de luz de chegar com nitidez à retina, causando diversos problemas, como visão embaçada e dificuldade para enxergar. Os quatro principais tipos de erros de refração são a miopia (dificuldade em ver de longe), hipermetropia (dificuldade em ver de perto), astigmatismo (visão distorcida) e presbiopia (visão cansada).
Quando não são corrigidos com óculos, lentes de contato ou cirurgia refrativa, esses erros podem causar desconforto visual, fadiga ocular e dores de cabeça, assim como contribuir para o desenvolvimento de outras condições oculares, como estrabismo (desalinhamento dos olhos) e ambliopia (“olho preguiçoso”), que, se não tratadas a tempo, podem causar perda permanente da visão.
Como evitar a perda da visão
A Organização Mundial da Saúde aponta que 80% dos casos de cegueira ou deficiências visuais poderiam ser evitados com ações efetivas de prevenção, como exames de rotina e tratamento precoce em casos de diagnóstico positivo para alguma doença nos olhos.
Os exames oftalmológicos de rotina, como a Avaliação Externa (Ectoscopia), Exames de refração, Fundoscopia, Tonometria e Mapeamento de retina, permitem a detecção precoce de diversos problemas oculares, mesmo antes da manifestação de qualquer sintoma.
Isso porque, muitas doenças oculares que podem causar perda de visão, como catarata, glaucoma e degeneração macular, podem progredir silenciosamente sem apresentar sinais até que atinjam estágios avançados. Dessa forma, é recomendado que todas as pessoas, independente da idade e de algum sintoma perceptível, consultem um oftalmologista pelo menos uma vez ao ano.
Assim, caso algum problema ocular seja diagnosticado cedo, o tratamento precoce pode ajudar a retardar ou interromper a progressão da doença, preservando a visão e a qualidade de vida.
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