O olho seco é uma das queixas mais comuns nos consultórios de oftalmologia, e muitas pessoas acreditam que basta usar um colírio lubrificante para resolver.
No entanto, quando o problema persiste por semanas ou meses, é um alerta de que algo mais profundo pode estar acontecendo. Existem casos em que o tratamento para olho seco crônico precisa ir muito além do colírio.
Neste artigo, você vai entender o que é o olho seco crônico, por que muitas vezes colírios comuns não funcionam nesse tipo de condição, quais exames devem ser realizados para o diagnóstico correto e qual o momento ideal de procurar o oftalmologista para uma avaliação completa.
Acompanhe!
O que caracteriza o olho seco crônico?
O olho seco crônico não é apenas aquela sensação temporária de ressecamento ou irritação ocular que vai embora sozinha.
Ele é uma condição persistente que causa desconforto ocular contínuo, mesmo após o uso regular de colírios lubrificantes.
Nesse cenário, a superfície dos olhos deixa de estar devidamente lubrificada, seja por falta de produção de lágrimas, porque elas evaporam rápido demais ou têm composição alterada.
As lágrimas são compostas por três camadas principais: a camada oleosa (que é produzida pelas glândulas de Meibomius e evita a evaporação rápida da lágrima), a camada aquosa (formada pelas glândulas lacrimais, responsável por hidratar e nutrir a superfície ocular) e a camada mucosa (que ajuda a espalhar uniformemente a lágrima sobre a córnea).
Quando qualquer uma dessas camadas apresenta falhas, a lubrificação natural do olho é prejudicada, o que leva a sintomas como:
- Ardência e queimação constante;
- Sensação de areia ou corpo estranho nos olhos;
- Olhos vermelhos e irritados;
- Visão borrada que melhora ao piscar;
- Fotofobia (sensibilidade à luz);
- Lacrimejamento excessivo, mas com lágrimas de má qualidade.
Para ser considerado crônico, o olho seco precisa ter sintomas frequentes, que duram mais de três meses e não desaparecem com medidas simples, como o uso de colírios lubrificantes comuns, vendidos sem receita, que geralmente oferecem apenas alívio temporário, sem tratar a origem da doença.

Por que os colírios podem não resolver o problema?
Muitas pessoas acreditam que basta utilizar um colírio lubrificante para resolver qualquer caso de olho seco, mas a verdade é que essa abordagem nem sempre funciona.
Isso acontece porque existem dois tipos principais de olho seco, e cada um precisa de estratégias específicas.
O olho seco aquoso ocorre quando há diminuição da produção da camada aquosa da lágrima. É comum em casos de inflamação crônica das glândulas lacrimais, doenças autoimunes (como a Síndrome de Sjögren), envelhecimento ou uso de certos medicamentos.
Já o olho seco evaporativo é mais frequente e ocorre devido a uma disfunção das glândulas de Meibomius, que produzem a camada oleosa. Sem essa camada protetora, a lágrima evapora rápido demais, mesmo que sua quantidade seja normal.
Quando não se identifica o tipo de olho seco, o tratamento tende a ser genérico e pouco eficaz.
Além disso, o uso indiscriminado de colírios com conservantes pode agravar a irritação e piorar o quadro com o tempo. Assim, um diagnóstico preciso é essencial antes de iniciar qualquer abordagem terapêutica.
Quais exames ajudam a identificar a causa do olho seco?
O avanço da oftalmologia trouxe uma série de exames que permitem avaliar não apenas a quantidade, mas também a qualidade e a estabilidade da lágrima, além de verificar a saúde das glândulas que a produzem.
Veja alguns dos exames mais utilizados pelos especialistas em olho seco:
Teste de Schirmer
Coloca-se uma pequena tira de papel na pálpebra inferior para medir a quantidade de lágrima produzida em alguns minutos. É indicado principalmente para investigar olho seco aquoso.
Teste de quebra do filme lacrimal (TBUT)
Após instilar um corante fluorescente, o médico mede o tempo que a lágrima leva para se “romper” na superfície do olho. Um tempo muito curto confirma que a lágrima evapora rápido demais.
Meibografia
Exame de imagem que mostra a estrutura e o funcionamento das glândulas de Meibomius nas pálpebras. É fundamental para detectar obstruções ou atrofias que comprometem a camada oleosa da lágrima.
Osmolaridade da lágrima
Mede a concentração de sais na lágrima. Valores altos indicam que a lágrima está mais “concentrada” e menos saudável, o que pode levar a inflamação e irritação ocular.
Interferometria da lágrima
Permite analisar a espessura e a qualidade da camada lipídica da lágrima, fornecendo dados essenciais para o diagnóstico preciso do olho seco.
Esses exames, além de rápidos e indolores, fornecem informações essenciais para que o oftalmologista possa definir a melhor estratégia de tratamento em cada caso.
Tratamentos modernos para olho seco que vão além do colírio
O tratamento para olho seco crônico vai depender da causa e do tipo diagnosticado. Atualmente, existem recursos avançados que atuam diretamente sobre o problema, como:
- Compressas térmicas: quando aplicadas sobre as pálpebras, aquecem e fluidificam o óleo das glândulas de Meibomius, facilitando sua liberação.
- Lipiflow: tecnologia que combina calor e massagem controlada nas pálpebras para desobstruir as glândulas de forma segura e eficaz.
- Luz pulsada intensa (IPL): aplicada na região das pálpebras para reduzir inflamações e estimular a produção da camada oleosa da lágrima.
- Soro autólogo: colírio produzido a partir do próprio sangue do paciente, rico em fatores de crescimento e nutrientes que ajudam a regenerar a superfície ocular.
- Tampões lacrimais (punctal plugs): pequenos dispositivos colocados nos canais de drenagem para reter a lágrima por mais tempo no olho.
- Terapias anti-inflamatórias específicas: colírios com medicamentos como ciclosporina ou lifitegraste, que tratam a inflamação crônica associada ao olho seco.
- Suplementação com ômega-3: melhora a qualidade da camada oleosa da lágrima e reduz a inflamação.
- Higienização diária das pálpebras: uso de espumas ou lenços específicos para controlar a inflamação das margens palpebrais.
Essas opções, muitas vezes combinadas, proporcionam resultados mais duradouros do que o uso exclusivo de colírios.
Olho seco pode ser sinal de algo mais sério?
Muitos pacientes desconhecem, mas, em alguns casos, o olho seco pode ser um dos sintomas de diferentes condições sistêmicas, ou seja, aquelas que afetam todo o organismo.
Entre elas, estão doenças autoimunes (como a Síndrome de Sjögren, lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide), doenças dermatológicas (como rosácea e dermatite seborreica, que afetam as pálpebras e glândulas) e doenças da tireoide.
Além disso, o olho seco crônico também pode ser sinal de alterações hormonais, já que a menopausa e a andropausa podem reduzir a produção da camada oleosa da lágrima, e de deficiência de vitamina A ou de ácidos graxos essenciais.
Por isso, ignorar o olho seco persistente pode atrasar o diagnóstico dessas condições e comprometer não apenas a visão, mas também a saúde geral.
Quando procurar um especialista em olho seco crônico?
Como vimos no artigo, ignorar o olho seco crônico pode levar a danos permanentes na superfície ocular e piora progressiva da visão, além de aumentar o risco de complicações para a saúde do organismo como um todo.
Você deve procurar atendimento especializado quando:
- Os sintomas persistem por mais de três meses sem melhora com medidas simples;
- Houver necessidade de aplicar colírios várias vezes ao dia sem alívio;
- Apresentar dor ocular, fotofobia, vermelhidão ou visão turva frequente;
- Existir histórico de doenças autoimunes ou uso contínuo de medicamentos que afetam a produção lacrimal.
No Mondevi, o paciente conta com exames de alta precisão para identificar a causa do olho seco crônico e recebe um plano de tratamento personalizado, que pode incluir terapias modernas capazes de devolver conforto e qualidade visual.
Lembre-se que cuidar da saúde ocular vai muito além de “pingar um colírio”.
Com um diagnóstico preciso, é possível recuperar a lubrificação natural dos olhos e voltar a viver sem desconforto.
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