Muitas pessoas já passaram pela situação de estar em um ambiente fechado, lendo um livro ou usando o celular, e perceberem os olhos lacrimejando sem razão clara.
Esse fenômeno pode parecer curioso ou até contraditório, afinal, por que os olhos choram quando não há emoção envolvida ou corpo estranho visível?
Ainda que possa parecer algo simples, este sintoma pode ter diversas origens e, em alguns casos, ser sinal de que algo no sistema ocular não está funcionando corretamente.
Neste artigo, você vai entender por que nossos olhos lacrimejam sem motivo aparente e descobrir quando esse problema exige uma avaliação oftalmológica completa.
Acompanhe!
Função das lágrimas e o equilíbrio da lubrificação ocular
Muitas pessoas não sabem, mas as lágrimas são muito mais do que uma válvula de escape para expressar nossas emoções.
Na verdade, elas são essenciais para a saúde ocular, e exercem funções vitais para o bom funcionamento da visão e a proteção dos olhos.
A lágrima é composta por três camadas: uma oleosa (externa), uma aquosa (intermediária) e uma mucosa (interna), que trabalham em conjunto para manter o equilíbrio ideal de hidratação e proteção.
Juntas, essas camadas formam uma película fina e uniforme sobre os olhos, chamada de filme lacrimal, que previne o ressecamento da superfície ocular.
As lágrimas também contêm enzimas antibacterianas, como a lisozima, e anticorpos, que protegem os olhos contra infecções, além de remover impurezas, como partículas de poeira, células mortas e agentes irritantes, que entram em contato com os olhos.
Outra função importante das lágrimas é fornecer oxigênio e nutrientes à córnea, que não possui vasos sanguíneos, e manter a visão nítida, pois preenche irregularidades microscópicas da superfície ocular.
É importante saber também que a produção e a drenagem das lágrimas são feitas de maneira equilibrada.
As glândulas lacrimais produzem a lágrima, que é distribuída a cada piscada, e depois escoada por pequenos canais chamados ductos lacrimais, localizados nos cantos internos dos olhos.
Por isso, quando esse sistema sofre alguma alteração, o corpo pode reagir produzindo lágrimas em excesso.

Causas mais comuns de lacrimejamento excessivo
Nem sempre o excesso de lágrimas está relacionado a emoções ou a corpos estranhos. Diversos fatores podem desencadear uma produção aumentada de lágrimas ou dificultar seu escoamento correto. Veja as causas mais comuns:
- Síndrome do olho seco: paradoxalmente, o ressecamento dos olhos pode provocar produção reflexa de lágrimas, como explicaremos mais adiante.
- Alergias oculares: pólen, pelos de animais, poeira, ácaros e até mesmo certos cosméticos podem provocar irritação e aumentar a produção lacrimal.
- Blefarite: inflamação nas pálpebras que interfere na produção da camada oleosa do filme lacrimal, levando ao desequilíbrio da lubrificação.
- Clima seco ou vento: ambientes com baixa umidade ou ventos fortes aceleram a evaporação da lágrima, exigindo reposição constante.
- Uso prolongado de telas: ficar muito tempo no computador ou celular reduz a frequência de piscadas, o que favorece o ressecamento ocular e o lacrimejamento compensatório.
- Alterações nas glândulas lacrimais: inflamações ou disfunções nessas glândulas podem provocar desequilíbrio na produção de lágrimas.
- Obstrução do ducto lacrimal: quando o canal por onde a lágrima escoa está bloqueado, ela pode se acumular e escorrer.
- Infecções ou corpo estranho: presença de ciscos, cílios ou inflamação na conjuntiva podem causar lacrimejamento reflexo.
- Alterações hormonais: mudanças hormonais (especialmente em mulheres na menopausa) podem afetar a lubrificação ocular.
Essas causas são comuns, mas nem sempre simples de diferenciar. É por isso que um exame oftalmológico é essencial para entender o real motivo do sintoma.
Quando o olho seco provoca mais lágrimas do que o normal
Pode parecer contraditório, mas uma das principais causas de olhos lacrimejando sem motivo aparente é a síndrome do olho seco.
Nessa condição, a produção ou a qualidade das lágrimas é insuficiente para manter a superfície ocular devidamente lubrificada, o que pode ocorrer por deficiência em alguma das camadas do filme lacrimal ou por evaporação excessiva.
Quando o olho detecta esse ressecamento, ele ativa as glândulas lacrimais acessórias, responsáveis por uma resposta reflexa de produção de lágrimas em grande quantidade.
Porém, essas lágrimas reflexas são mais aquosas e menos eficientes do que o filme lacrimal completo, ou seja, em vez de lubrificar adequadamente, elas apenas “lavam” os olhos, escorrendo pelo rosto e não aliviando o ressecamento e a irritação.
Esse ciclo de olho seco seguido de produção excessiva de lágrimas costuma ser bastante desconfortável e requer tratamento com colírios lubrificantes e, em alguns casos, medicamentos específicos para estimular a qualidade da lágrima.
Obstrução do ducto lacrimal: o que é e como identificar
Outra causa muito frequente de lacrimejamento constante é a obstrução dos ductos lacrimais, pequenos canais localizados no canto interno dos olhos, junto ao nariz, que tem a função de drenar as lágrimas produzidas para lubrificar os olhos.
Quando esses canais estão bloqueados ou estreitados, as lágrimas não conseguem escoar de forma correta e acabam se acumulando e transbordando, o que dá a falsa impressão de produção em excesso.
Esse problema pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em recém-nascidos (por imaturidade do canal lacrimal), idosos (devido a alterações anatômicas causadas pelo envelhecimento) e pacientes com inflamações, infecções ou traumas nas vias lacrimais.
Além do acúmulo de lágrimas, outros sinais que podem indicar obstrução do ducto lacrimal são secreção amarelada no canto dos olhos, inchaço ou sensibilidade na região próxima ao nariz e infecções oculares recorrentes (dacriocistites).
O diagnóstico desse problema pode ser feito com exames simples no consultório oftalmológico, como o teste de permeabilidade lacrimal ou exames de imagem das vias lacrimais.
Alergias oculares e irritações ambientais: vilões silenciosos
Nem sempre o lacrimejamento está ligado a doenças complexas. Muitas vezes, ele é causado por fatores ambientais ou alérgicos, que podem ser difíceis de evitar.
Substâncias como ácaros, poeira doméstica, pólen, cabelos de animais, perfumes, sprays de limpeza e até maquiagens com componentes irritantes podem desencadear uma resposta inflamatória leve nos olhos, o que estimula a produção lacrimal como defesa contra o agente agressor.
A exposição frequente a esses gatilhos, especialmente em grandes centros urbanos ou ambientes fechados com ventilação inadequada, pode fazer com que os olhos pareçam lacrimejar “sem motivo aparente”, quando, na verdade, estão reagindo a estímulos contínuos.
É importante observar se o lacrimejamento ocorre em certos ambientes, horários ou ao usar produtos específicos, o que pode ajudar a identificar e evitar esses vilões silenciosos.
Quando o lacrimejamento exige avaliação oftalmológica
Ainda que o lacrimejamento nem sempre seja sinal de algo grave, é fundamental prestar atenção quando ele se torna persistente, recorrente ou vem acompanhado de outros sintomas, como:
- Coceira intensa;
- Vermelhidão nos olhos;
- Secreção amarelada ou esbranquiçada nos olhos;
- Dor, fotofobia (sensibilidade à luz) ou visão embaçada;
- Presença de corpo estranho não identificado;
- Irritação crônica ao usar maquiagem ou produtos nos olhos;
- Sintomas em apenas um dos olhos (o que pode indicar obstrução do canal lacrimal);
- Histórico de infecções ou cirurgias oculares recentes.
Nesses casos, o acompanhamento com um oftalmologista é essencial para investigar as causas exatas do lacrimejamento excessivo.
Através de procedimentos como o teste de Schirmer, o exame com lâmpada de fenda e a meibografia, é possível fazer uma análise detalhada da produção e do escoamento das lágrimas, além da avaliação da superfície ocular e da integridade das glândulas lacrimais.
Lembre-se que quanto antes o diagnóstico for feito, maiores as chances de evitar complicações mais sérias e garantir o conforto ocular.
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